quinta-feira, 17 de julho de 2008

Economia Digital Surfa na Crise

Fonte: Invertia

A economia dos ícones digitais está fazendo bonito em meio à crise. Enquanto instituições financeiras dependem da ajuda estatal para sobreviver, algumas das principais estrelas da economia digital divulgam resultados excelentes.

A eBay anunciou alta de 22% nos lucros. A venda global de computadores pessoais também mostra vigor. A Intel divulgou alta nos lucros de 25% no segundo trimestre. Na Inglaterra, a British Telecom anunciou investimentos de US$ 3 bilhões para ampliar os serviços de banda larga no país.

Nos países em desenvolvimento, a indiana Infosys também anunciou elevação na lucratividade, beneficiada pela moeda desvalorizada e por medidas tributárias. A Vodafone comprou as operações de Telecom de Gana e avança numa estratégia de penetração em mercados mais pobres.

A Nokia, que produz aparelhos de telefonia celular, ofereceu US$ 410 milhões para comprar a Symbian, fabricante de software para os portáteis, iniciativa que se propõe a desafiar as pretensões da Google na área de “mobile commerce” ou “m-commerce”. Sem falar no lançamento espetacular do iPhone, praticamente uma religião.

A mesma Google anunciou há poucos dias o Lively, aplicação para web 3D que segue a trilha do Second Life em busca da imersão digital, uma fronteira que tende a crescer cada vez mais. O mercado de mundos virtuais está apenas começando e deve ganhar força na medida em que se ampliam os acessos e caem os custos da banda larga.

Os profissionais e analistas do mercado financeiro foram surpreendidos pelas notícias. A Intel faturou nada menos que US$ 9,5 bilhões no segundo trimestre. A empresa alega crescimento no mercado de laptops, ou seja, os computadores portáteis reforçam a tendência de computação “ubíqua”. Mobilidade, imersão e colaboração formam o tripé que define novos mercados digitais, aparentemente menos expostos aos riscos e efeitos da crise no setor imobiliário e financeiro norte-americano.

Muita gente anda questionando os resultados, incapaz de entender como uma economia global em crise, com redução em planos de expansão das empresas, programas de demissão em massa e aumento da inflação pode amparar resultados expressivos na lucratividade, aumentos de preços e lançamento de novos produtos.

A tendência que surge com força é a consolidação de grandes empresas, enquanto prossegue o movimento de compra das menores pelas maiores. A novela da compra da Yahoo pela Microsoft é um exemplo desse processo – a notícia mais recente já indica conversações entre a gigante do software e a AOL (grupo Time-Warner).

Maior concentração, maior poder de mercado significam capacidade de aumentar preços e melhorar a rentabilidade. É o que fizeram SAP e Oracle. Há um mês, a Oracle subiu seus preços e a SAP acaba de anunciar que também está cobrando mais pela “manutenção” (suporte e serviços). A economia global perdeu dinamismo e a crise nos EUA perdura. Na economia dos ícones digitais, no entanto, ainda há espaço para criar, concentrar e ocupar mercados.

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